
Quando Inimigos Ideológicos Uniram-se Contra o Fascismo
A Guerra Civil Espanhola (1936–1939) foi um dos primeiros embates globais contra o avanço fascista no século XX. De um lado, o general Franco, apoiado por Hitler e Mussolini; do outro, uma frágil aliança entre comunistas, anarquistas, republicanos e socialistas. Apesar de profundas divergências — como a desconfiança dos anarquistas em relação ao centralismo comunista —, esses grupos formaram a Frente Popular, uma coalizão que defendia a democracia e os direitos sociais.
Os anarquistas, através da CNT-FAI, chegaram a controlar fábricas e coletivizar terras na Catalunha, enquanto os comunistas, alinhados à URSS, priorizavam a disciplina militar. Já os republicanos moderados buscavam preservar as instituições laicas. A união permitiu feitos heroicos, como a defesa de Madri em 1936, onde milícias populares e internacionalistas (como a lendária Brigada Lincoln) resistiram por meses. Porém, as tensões internas — como o conflito em Barcelona entre stalinistas e trotskistas em 1937 — minaram a coesão.
A derrota para Franco não apaga o legado: a Frente Popular mostrou que a luta contra o fascismo exige alianças amplas, mesmo entre rivais. Hoje, quando extremismos ressurgem, a lição é clara: a união tática não apaga divergências, mas pode ser a única forma de preservar a liberdade.